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Fundações de pesquisas fortalecem ações institucionais entre o Pará e São Paulo (Parte II)

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Em três publicações, neste espaço da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), a Assessoria de Comunicação Social (Ascom/Fapespa), resume e destaca os projetos em andamento com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A primeira parte, encontra-se neste site desde a segunda-feira, 31.01.2022, e contempla as áreas Social e Educação. Na segunda parte, o Meio Ambiente, a Genômica Ecológica e a Distribuição da Biodiversidade no sudoeste e oeste do Pará. Reitera-se que os Projetos lançados em outubro de 2021 na “Chamada 003/2019, de Fomento à Pesquisa Colaborativa entre Fapespa e Fapesp”, parceria que abre novas oportunidades, colaborativas, entre pesquisadores de áreas diferentes para contribuição do avanço do conhecimento científico e tecnológico nesses estados. 

“Temos buscado cada vez mais fechar parcerias e investir em projetos que possam promover o avanço da ciência, o desenvolvimento tecnológico e da inovação no nosso país. E, tenho certeza, que essa parceria entre as Fundações trará grandes benefícios para a sociedade, nas mais diferentes áreas do conhecimento, e contribuir para o crescimento profissional dos pesquisadores”, aposta o presidente da Fapespa, Marcel do Nascimento Botelho. Dez propostas com a duração de 24 meses foram selecionadas na Chamada de 2019, com a participação de pesquisadores de Instituições de Ensino Superior e Pesquisa do estado de São Paulo, e outros com vínculos acadêmicos a instituições do estado do Pará. Os projetos em desenvolvimento centram estudos nas áreas da Engenharia, Tecnologia, Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Humanas, Sociais e Educação, Poluição, Controle e Qualidade do Ar Atmosférico e Meio Ambiente. 

 

Meio Ambiente: Clareiras para a recuperação e conservação de florestas nativas da Amazônia Oriental 

A preocupação com Meio Ambiente encontra apoio no projeto “Clareiras para a recuperação e conservação de florestas nativas da Amazônia Oriental”, que investiga formas sustentáveis de se explorar os recursos florestais e os “Serviços Ecossistêmicos”.  

O pesquisador Gustavo Schwartz, e equipe, participam com um projeto de quatro experimentos, de longo prazo, instalados entre 1997 a 2018. As iniciativas incluem o plantio e condução de mudas de árvores comerciais, nativas da Amazônia, em áreas de Manejo Florestal e o monitoramento de florestas que estão em recuperação. A extinção local e global de espécies da fauna, principalmente mamíferos de grande porte, está entre os principais problemas de conservação do mundo.  

Nesse contexto o pesquisador Rodrigo Fadini, e equipe da “Mata Atlântica”, elaboraram o projeto “Consequências da Defaunação sobre a Diversidade Vegetal e Serviços Ecossistêmicos na Floresta Amazônica”, com objetivo de entender como a perda dos animais afeta as florestas, informando a sociedade sobre a urgência da preservação. “Nosso projeto levanta questões sobre quais os reais impactos da perda da fauna: sobre as plantas em ambientes mais preservados e com dinâmica vegetal mais acelerada; assim, vimos na Amazônia o lugar ideal para responder essas questões, pois a perda de mamíferos herbívoros (consumidores de partes vegetais) pode afetar a regeneração dos ecossistemas naturais e comprometer indiretamente a saúde das pessoas”, alerta Rodrigo Fadini. 

 

Genômica Ecológica 

Há também o projeto “Genômica Ecológica da Adaptação Local ao Gradiente de Inundação da Florestas Amazônica”, focado em auxiliar a população da Amazônia a sobreviver, e prosperar em novos ambientes decorrente das mudanças climáticas, e entender as pressões ambientais na biodiversidade da região em cenários climáticos futuros. 

Para desmistificar a opinião presente em muitos países da ideia de que a pecuária é uma “grande vilã” para o meio ambiente, o projeto “ Impacto do Uso do Solo sobre a Emissão de Gases de Efeito Estufa e Carbono do Solo na Amazônia Oriental”, na sua primeira fase, pretende mostrar que uma pecuária bem conduzida, torna-se sustentável, tanto do ponto de vista econômico, social e ambiental, e pode gerar créditos de carbono, auxiliando o Brasil a cumprir as metas ambientais de redução dos gases de efeito estufa.  

Motivados por esse cenário e curiosidades, os pesquisadores tiveram ainda a ideia de um experimento que pudesse medir o efeito da mudança no uso da terra sobre o sequestro de carbono e a emissão de gases que causam o efeito estufa na região amazônica, mais precisamente nos três climas tropicais da região: Af, Am e Aw. (Af, clima quente, sem estação seca; Am, clima quente de monção e Aw, clima quente com chuva de verão, segundo a classificação climática de Köppen-Geiger).

“Queremos avaliar o impacto da remoção da vegetação nativa e a instalação de diferentes sistemas agropecuários, do ´’Bioma Amazônico’, sobre o estoque de carbono no solo e a emissão de gases de efeito estufa. Será comparado o solo da floresta com uma área de agricultura, uma área de pasto não intensificado e uma área de pasto mais intensivo com uso de adubação para comprovarmos que pastos bem manejados e intensificados podem afetar o sequestro e estoque de carbono no solo, bem como os gases de efeito estufa”, considera o pesquisador e professor Cristian Faturi. 

 

Distribuição da biodiversidade no sudeste e oeste paraenses 

Atualmente ainda existem grandes lacunas no conhecimento sobre a distribuição da biodiversidade na Amazônia e, considerando a biota aquática, esses déficits são ainda maiores. Na Amazônia Oriental, as mesorregiões dos municípios de Altamira, Itaituba e Oriximiná, sudoeste e oeste do estado do Pará, que são exemplos de preocupação do conhecimento biológico a merecer estudos de biodiversidade.  

Por esses aspectos e desafios é que surgiu a ideia do projeto “Padrões de Distribuição da Biodiversidade Aquática no Estado do Pará”, liderado pelo pesquisador Leandro Juen, que considera que os resultados do estudo poderão ser usados por diferentes atores, desde tomadores de decisão nas áreas de biodiversidade, serviços ecossistêmicos e outras categorias de bem-estar humano em todas as esferas de governança. Juen cita os ministérios do Meio Ambiente, Minas e Energia, Desenvolvimento Regional, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Saúde, Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e Economia, autoridades locais e assessores científicos dos tomadores de decisão. São instituições e usuários que necessitam ser adequadamente informados sobre a biodiversidade para que possam usá-la como” fonte independente de conhecimento”.

Já o pesquisador Maurício Torres desenhou o projeto “Comunidades Tradicionais, Conservação Ambiental e Políticas Territoriais”, para estabelecer um “polo de reflexão” ao desenvolvimento de políticas agrárias e ambientais, a partir de uma análise multidisciplinar e colaborativa de conflitos envolvendo Unidades de Conservação e Territórios Tradicionalmente ocupados.

“A pesquisa pretende, ao lado das comunidades, produzir conhecimentos que as empoderem na luta por seus direitos territoriais, por isso quero estabelecer um polo de reflexão que avance no debate sobre conservação ambiental e comunidades tradicionais. Articulando a ótica ambiental e fundiária, tal análise leva em conta o atual contexto político, onde a importância ambiental, e em particular as Unidades de Conservação (UCs), é subordinada aos interesses do mercado de terras, da mineração, da indústria madeireira e de outros interesses econômicos”, explica Torres. 

 

Ascom / Fapespa: 

Jornalista Rosane Linhares (Texto) 

Jornalista Douglas Dinelly (Revisão)

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