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Pará é o maior em número de ocupados do Norte, aponta boletim da Fapespa

por Gustavo Pena for Notícia, Publicações Deixar comentário
Pará é o maior em número de ocupados do Norte, aponta boletim da Fapespa

Por Ascom/Fapespa

Dentre os maiores impactos da pandemia do novo coronavírus, o mercado de trabalho foi um dos mais afetados. Nos dias de hoje, o cenário mudou. O “Boletim do Trabalho e Renda 2023”, desenvolvido pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), mostra que o Pará superou a crise, registrando, inclusive, números superiores aos do período pré-pandemia.

O Pará teve 3,9 milhões de pessoas ocupadas no quarto trimestre de 2022, sendo o estado com o maior contingente de ocupados na Região Norte e o oitavo dentre os estados brasileiros. O mercado de trabalho brasileiro seguiu na mesma tendência, surpreendendo favoravelmente após resultados negativos de 2020 – 99,4 milhões de trabalhadores, maior patamar já apurado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

“A partir da análise do mercado de trabalho, é possível compreender a dimensão econômica do estado, o que possibilita medir os níveis de atividade de determinado setor ou segmento econômico. Conseguimos, além disso, traçar um panorama sobre os níveis de empregabilidade formal ou informal relacionados à população economicamente ativa. O boletim constata mudanças relevantes ocasionadas pela expansão dos níveis de ocupação no estado, especialmente nos grupos de atividades ocupacionais e nos níveis educacionais”, detalha Márcio Ponte, diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural (Diepsac) da Fapespa, responsável pelo levantamento.

Ocupação no Pará – Por pessoas ocupadas, consideram-se empregados com e sem carteira, dos setores privado e público, e trabalhadores por conta própria a partir dos 14 anos. Nesse sentido, o Pará reúne 3,9% da população ocupada do Brasil. Em comparação ao Norte do país, é o estado historicamente mais representativo da região. No último trimestre de 2022, o Pará representou 47,4% da taxa de ocupação da Região Norte.

No período de dez anos, mais mudanças foram constatadas. A mais representativa é na ocupação de “empregado”, que cresceu de 57% em 2012, para 60% em 2022. O aumento relativo é reflexo do melhor posicionamento dos empregados dos setores privado e público. Os números indicam, também, um forte movimento para a ocupação de trabalho por “conta própria”, 31%, cenário que se desenhou após a pandemia de 2020, quando pessoas se viram na necessidade de ocupar a sua força de trabalho com alguma atividade remunerável para ajudar na renda familiar, fortemente impactada pela crise. Quanto à maior concentração de pessoas por grupo do mercado, 47,7% delas atuam como “Trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados”.

Já quando se leva em consideração o trabalho principal da população ocupada, a maior alta foi no setor de “Alojamento e Alimentação”, com 100% de crescimento em dez anos. Essa ocupação duplicou no período, o que lhe permitiu sair da última posição para ser a sexta atividade que mais ocupa trabalhadores no Pará. Já considerando apenas o ano de 2022, a maior concentração de pessoas foi no grupo do “Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas”, com 823 mil ocupados, um equivalente a 21,3% do total no estado. Em seguida vem “Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”, com o registro de 640 mil ocupados ou 16,5% do total estadual, representando um salto de 29,6% desse grupo em comparação ao ano de 2021, coincidindo com o período da pandemia.

Escolaridade – A análise estatística por nível de instrução dos trabalhadores evidenciou mudanças importantes. A primeira delas foi a redução de 19,7% da quantidade de trabalhadores com ensino fundamental incompleto no mercado entre 2021 e 2022. Ao mesmo tempo, cresceu 44,2% o número de trabalhadores com ensino médio completo, tornando-se o mais representativo entre a população ocupada paraense. Essa tendência se repete desde 2006 em outros níveis de ensino. Com isso, tem se observado a diminuição nos níveis de trabalhadores com escolaridade mais reduzida e crescimento de empregabilidade para trabalhadores com mestrado (+828%), doutorado (+745,2%) e superior completo (+164,1%). Os dados levam à indicação de que o mercado de trabalho paraense está se tornando mais qualificado.

Faixa salarial – Algumas funções se destacam com o maior patamar de remuneração média, em quantidade de salários mínimos, dentre os setores da economia paraense. A maior média salarial é na função de “Extração mineral”, com média de 6,5 salários mínimos de 2002 a 2021 e de 4,8 no ano de 2021. Em seguida vem “Serviços industriais de utilidade pública”, ligados às atividades de geração e distribuição de energia, fornecimento de gás, serviços ambientais de água, esgoto e gestão de resíduos, com registro de média salarial de 5,5 salários mínimos em todo o período analisado e 4,6 em 2021.

As três ocupações com os maiores salários no Pará, entre 2006 e 2021, são a de Procurador de justiça, com 46,3 de média salarial e 35,3 salários mínimos em 2021; Diretor de operação e produções da indústria de transformação, extração mineral e utilidades, com média salarial de 41,6 no período e 36,5 salários mínimos em 2021; e Engenheiro civil (Hidráulica), com média de 34,3 salários mínimos no período e 34,1 salários no ano último ano da série. O cargo de Engenheiro Civil, por sua vez, apresentou aumento médio da faixa salarial de 19,4%.

Admissões x desemprego – O principal termômetro do mercado de trabalho está na análise da taxa de desocupação. No Pará, este indicador começou a apresentar tendência de queda a partir do final de 2021, até cair para um dígito, patamar que havia sido observado somente nos anos anteriores a 2016 na região e no país. O maior nível de desemprego foi registrado entre o terceiro trimestre de 2020 e o segundo trimestre de 2021, devido à crise da pandemia do novo coronavírus. Após este período, o desemprego caiu drasticamente. No último trimestre de 2022, a taxa chegou a 8,2% no estado do Pará.

A partir do total de estoque de vínculos formais do Pará, foi possível traçar um recorte com base no desempenho dos setores da economia do estado. Em 2021, as principais participações no quantitativo de vínculos formais foram dos setores “Administração pública”, “Serviços” e “Comércio” com, respectivamente, 30,8%, 28,4% e 19,3%. Entre 2002 e 2021, os setores que mais se destacaram pelo crescimento dos vínculos formais foram o Setor extrativo mineral, a Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca e a Construção civil, com variações respectivas de 691,8%, 212,2% e 172,3%.

Por ocupação, entre os anos de 2006 e 2021, o maior crescimento foi na função de técnico de enfermagem, com variação positiva de 768,7%, seguido de operador de caixa e de professor de ensino superior do ensino fundamental (1ª a 4ª série), com crescimentos respectivos de 194,4% e 192,8%. No ano de 2021, dado mais recente disponível, a função “vendedor de comércio varejista” foi a que apresentou maior estoque de vínculos, com participação de 3,3% neste ano e variação de 40,3% em todo o período analisado.

Na distribuição dos vínculos formais por municípios do Pará, em 2021, Canaã dos Carajás aumentou em 21,8% seu estoque de vínculos, se tornando o destaque do período. Já Belém foi o município com a maior representatividade em números, com 34,7% da quantidade de vínculos do estado, uma variação positiva de 1,5%.

“O boletim traduz em números aquele sentimento que a população paraense tem vivenciado, fruto de um governo extremamente competente, que gera estabilidade jurídica, fiscal e econômica, o que propicia um ambiente adequado para o desenvolvimento de novos negócios e para o crescimento daqueles que já estão implantados. O trabalho da Fapespa monitora essa relação de emprego e renda e aponta setores e faixas específicas, como o da qualificação. Foi através de uma educação de qualidade, da ciência e tecnologia que nós tivemos um maior índice de aumento de empregabilidade, mostrando que o emprego no Pará está cada vez mais qualificado”, avalia o diretor-presidente da Fapespa, Marcel Botelho.

Foto: Paula Lourinho.

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